🐝 Abelha “bugia” (abelha sem ferrão) 🐝


Relatório técnico — Abelha “bugia” (abelha sem ferrão)

1. Título e identificação

Nome comum: Bugia, Bugio, Uruçu amarela (nomes populares regionais)
Nome científico (mais referenciado): Melipona mondury (grupo/complexo Melipona rufiventris / espécies relacionadas).
Tribos/família: Tribo Meliponini, Família Apidae (abelhas sem ferrão). 


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2. Resumo executivo

A “bugia” é uma abelha sem ferrão pertencente aos meliponinos nativos do Brasil, valorizada por meliponicultores devido à sua coloração (amarelada/dourada), mansidão e produção de mel de qualidade. Espécies citadas como “bugia” relacionam-se com Melipona mondury e outras próximas do complexo rufiventris; a distribuição é tipicamente regional, ocorrendo em áreas de Mata Atlântica e outras regiões do Brasil onde essas Melipona ocorrem. 


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3. Taxonomia e nomes populares

Ordem: Hymenoptera

Família: Apidae

Tribo: Meliponini

Gênero/específico: Melipona (espécies do complexo rufiventris / Melipona mondury frequentemente referidas como “bugia” ou “uruçu amarela”).
Nomes populares variam por região; “bugia” é usado por meliponicultores para abelhas do tom amarelado/dourado de Melipona. 


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4. Morfologia e identificação

Operárias de coloração amarelada a dourada, tamanho médio a grande para meliponíneos (comparativamente maiores que Plebeia/Jataí).

Cabeça e tórax proporcionais; sem ferrão funcional (ferrão atrofiado), comportamento defensivo diferente das abelhas com ferrão.

Características morfológicas precisas para separação de espécies do complexo rufiventris exigem observação de detalhes taxonômicos (setas pilosas, manchas, morfometria) e, em casos, análise por especialista. 


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5. Distribuição geográfica e habitat

As “bugias” aparecem em registros do Sudeste e Sul do Brasil (e possivelmente outras regiões), ocorrendo em áreas de Mata Atlântica e fragmentos florestais; algumas espécies do complexo têm distribuição restrita localmente. A ocorrência exata varia conforme espécie (algumas populações podem ser regionais e até endêmicas). 


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6. Biologia e comportamento social

São sociais, vivem em colônias com divisão de castas (rainha, operárias, machos).

Ninho: cavidades em troncos, ocos ou ocasionalmente em construções — com entradas características e arquitetura interna de cerâmicas/cera e própolis produzida por elas.

Forrageamento: coletam néctar, pólen e resinas; têm papel polinizador em culturas e vegetação nativa. Sua atividade contribui para polinização de frutíferas e plantas nativas. 


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7. Produtos e importância econômica/ambiental

Produzem mel (meliponídeo), própolis e cerume; mel apreciado por propriedades sensoriais e valor cultural.

Importância para polinização de plantas nativas e culturas agrícolas; relevância em práticas de agricultura sustentável e agroecologia.

Alto valor para meliponicultores por combinação de produtividade, docilidade e valor do mel. 


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8. Manejo e meliponicultura

As bugias (Melipona amareladas) costumam ser manejadas em caixas e caixas-tronco específicas para meliponicultura — exigem atenção à divisão de ninhos, enxames e reposição de alimento em épocas de escassez.

Recomenda-se manejo por meliponicultores treinados: transferência de colônias, prevenção de pragas (formigas, traças), e observação de saúde da colônia. Protocolos técnicos e guias práticos (EMBRAPA, institutos estaduais) oferecem orientações sobre manejo. 


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9. Ameaças e conservação

Perda de habitat (desmatamento, fragmentação), uso de pesticidas, redução de recursos florais e mudanças climáticas são ameaças às populações de meliponíneos.

Algumas espécies de Melipona têm status conservacionista em nível regional; o monitoramento e manejo sustentável são fundamentais. Incentiva-se também a criação controlada em meliponários e restauração de áreas com flora apícola. 


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10. Recomendações práticas (resumo)

1. Identificação correta: consultar especialista taxonômico antes de rotular colônias como Melipona mondury ou outra espécie. 


2. Manejo responsável: usar caixas adequadas, evitar movimentações abruptas e controlar pragas. 


3. Proteção do habitat e flora apícola: plantar corredores florais com espécies nativas melíferas e reduzir uso de pesticidas. 


4. Registro e monitoramento: documentar ocorrências regionais para embasar ações de conservação; colaborar com projetos/atlas de meliponicultura. 


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11. Conclusão

A “bugia” representa um grupo de Melipona valorizado por meliponicultores e pela polinização. Informações regionais apontam para Melipona mondury (ou espécies do complexo rufiventris) como as mais citadas sob esse nome popular. Para trabalhos científicos, monitoramento e manejo, recomenda-se sempre a confirmação taxonômica, uso de protocolos técnicos e ações de conservação integradas com a comunidade e órgãos técnicos.


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12. Referências (fontes consultadas)

EPAGRI / CIRAM — “Algumas espécies de abelhas sem ferrão” (ficha e lista com “BUGIA — Melipona mondury”). 

Embrapa — “Sistema de Criação de abelhas-sem-ferrão” (guia técnico sobre biologia, manejo e importância). 

Atlas da Meliponicultura no Brasil — plataforma/guia de espécies e potencial por estado (Abelha.org). 

Artigos e fichas estaduais / publicações sobre Meliponini (ex.: guias do Rio Grande do Sul / circular sobre registros históricos e distribuição). 

Matéria técnica / divulgação sobre Melipona mondury (ex.: publicações de meliponicultores e comunicados regionais). 
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